segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fotografia Infravermelha- O Ontem e o Hoje

Fotografia Infravermelha, até onde eu conheço...
O Ontem
A fotografia Infravermelha, tal como eu a conheço, é um tipo de fotografia, que usa fontes de calor, para se fotografar através delas algo que não se vê.
Por exemplo: Um motor de um carro,  recém desligado, portanto ainda quente, sem que se abra o capô do carro.
Criada para uso militar e cientifico esta fotografia tinha uso limitado e proibido, devido permitir a invasão do que não se vê. Isto acontecia no tempo dos filmes.
Anos mais tarde a Kodak começou a produzir para o publico em geral, um filme com as mesmas características para uso também artístico.Entretanto quem o usava tinha que se prevenir para não aquecer o filme.Inclusive as maquinas analógicas, antes do auto-focus,tinham um “R” em vermelho, no anel de focalização, que servia justamente para acertar o foco visual para o infravermelho.
Hoje a antiga função do infravermelho ficou obsoleta no uso militar, trocada pelas câmeras e binóculos de visão noturna. E na área cientifica computadores com programas especifico permitem scanear dentro de pessoas e materiais.
O Hoje.
Atualmente na área digital, a própria tecnologia limitou o seu uso e o que se produz hoje, conforme o tutorial abaixo é muito diferente do produzido com filme.
E assim a fotografia infravermelha , passou a ser uma manipilação no photoshop, perdendo toda magia e tabus que cercavam a fotografia pré-digital.
Aquele gostinho do “proibido” se foi, o uso militar se modificou e ainda mais o uso cientifico que ficou caro demais, para fotógrafos em geral.                                                                  O Ontem



                                      O hoje
Tutorial de Fotografia de Infravermelhos - A luz que não se vê


Este é um tutorial é uma introdução à fotografia de infravermelhos, orientado para fotografia digital com DSLR, não convertida para infravermelhos, usando um filtro IR (Hoya R72).

A fotografia de infravermelhos mostra uma espécie de efeito térmico, normalmente as árvores e folhagem branca e céus com nuvens destacadas, é o uso mais comum.

Considerações sobre a luz infravermelha (luz IR)

A luz infravermelha não é visível, pois o seu comprimento de onda é maior do que que o da luz visível ao olho humano. Para se conseguir ver a luz infravermelha é preciso um filtro de modo a isolar os comprimentos de onda da luz infra vermelha, para serem captados pelo sensor da máquina. Os objectos tornam-se visíveis pois o sol ou outra fonte de luz emitem um quantidade de luz infravermeha que é reflectida ou absorvida pelos objectos.

Material

Máquina Digital
Nem todas as máquinas são capazes de captar a luz infravermelha, e as que captam não o fazem todas da mesma forma. Há diferenças substanciais dentro da própria marca em vários modelos. Isto deve-se ao facto de as máquinas digitais terem um filtro de bloqueio de luz IR interno por cima do sensor, visto que a luz IR degrada a qualidade da luz visível numa fotografia (daí o facto de ter de ser captada separadamente dos outros comprimentos de onda).
Portanto, diferentes máquinas deixaram passar diferentes quantidades de luz IR, conforme o seu filtro interno é mais ou menos forte.
A generalidade das Canons têm um filtro interno demasiado agressivo pelo que obrigam a tempos de exposição muito prolongados, como tal não são a melhor escolha.
Na Nikon a D100/D70/D50 são boas opções.

Fitro
O filtro mais popular para este tipo de fotografia é o Hoya R72 (screw-in). Este é um filtro bastante denso, de tom avermelhado, que bloqueia todos os comprimentos de onda de luz abaixo dos 720nm (nanómetros), deixando passar a luz IR que queremos captar e um pouco de luz normal (vermelho).
Existem outros de fabricantes como a Cokin, a B+W ou a série Wratten da Kodak (89b, 87, 87c) com diferentes níveis de transmissão de luz IR. Este tutorial centra-se no uso do R72.


No campo

A hora
É comum assumir que a melhor hora para fotografia IR será por volta do meio-dia onde a intensidade da luz solar é mais forte, permitindo assim tempos de exposição mais curtos. Mas o fim da da manhã e ainda um bom bocado da tarde também podem resultar bem, se for preciso usando uma abertura maior e prolongando o tempo de exposição.

Tripé
É absolutamente necessário um tripé dado que os tempos de exposição são prolongados, normalmente de 1 segundo para cima conforme a sensibilidade da máquina.

ISO
Usar o mínimo possível sempre, dado que a fotografia de IR tende a ter mais ruído.

Modo
As máquinas enganam-se um bocado com o filtro colocado por isso é aconselhável fotografar sempre em modo manual, isto permite uma exposição correcta e um melhor treino para este tipo de fotografia.

White Balance
Este é um aspecto fulcral para obter uma boa imagem. É preciso usar um WB "custom", usando a máquina para medir o WB recorrendo à função respectiva (nas Nikons o "PRE"). Para contrariar o tom avermelhado do Hoya R72 pode-se medir o WB a partir de algo verde bem iluminado, por exemplo relva ou folhagem, com o filtro IR colocado na lente. Não há problema se demorar algum tempo e isto pode ser feito sem tripé, estamos só a medir o WB não a tirar uma foto, não há problemas de desfocagem, etc... Isto resultará em imagens com tons um puco "sepia" logo saidas da máquina, como a primeira imagem de exemplo no inicio deste tutorial.
Este não é o único WB possível, diferentes WB vão introduzir alterações na cor, como acontece em fotografia normal.

Composição e focagem
É praticamente impossível usar o autofocus das máquinas depois de colocar o filtro dado que é muito denso. Portanto é preciso compor a cena e focar no objecto antes de colocar o filtro, trancar o foco usando o AF Lock ou passando o interruptor da lente/máquina para foco manual e não mexer mais no anel de foco.
Colocar então o filtro na lente com cuidado para não se mexer na lente/camera para não desfocar.
Opcionalmente pode-se fotografar a cena normalmente sem filtro, mais tarde pode vir a ser útil compor a foto normal com a foto IR no pós-processamento digital.

De notar que a luz IR não foca no mesmo ponto que a luz normal. Como o comprimento de onda da luz IR é maior do que o da luz normal o ponto de foco é ligeiramente diferente, normalmente um pouco mais à frente. Muitas das lentes antigas e algumas das actuais "pro" têm umas marcas vermelhas nas lentes. Essas marcas são os index do foco de infravermelho. Para quem tem lentes destas, depois de focar automaticamente, deve rodar o anel de foco do index normal para o index de infravermelho. Caso não tenham as marcas na lente é ir exprimentando. Este problema só se torna mais evidente a aberturas muito grandes onde a DOF é curta e é fácil notar erros de foco. Para aberturas a f11 ou mais é desprezàvel.

Rever
No LCD rever a foto e ver se não existem brancos queimados, que normalmente aparecerão como manchas em azul cyan.


Pós-processamento
Naturalmente este capitulo seá ao gosto de cada um, ficam aqui apenas os "truques" mais comuns:

Levels
Normalmente as fotos de infravermelhos ficam um pouco escuras e esbatidas pelo que a primeira coisa a fazer é acertar os Levels da foto para dentro do histograma. Recorrendo à ferramenta Levels colocar os ponteiros dos extremos onde começa a informação do histograma.

O céu azul (Channel Swap)
Para obter outros tons, nomeadamente aqueles tons azuis mais comuns é preciso trocar os canais red/blue da imagem.
Recorrendo à ferramenta Channel Mixer, no canal RED colocar o Red a 0 e o Blue em 100
No canal BLUE, colocar o Red a 100 e o Blue a 0.

Os tons brancos
Se se pretender tons mais brancos quando a imagem tem tons mais avermelhados/amarelados, é só reduzir a saturação no canal RED ou YELLOW, usando a ferramenta de Saturation.

O melhor será ver este tutorial de Photoshop http://www.lifepixel.com/videos/basic-infrared-photoshop-info.html

Conclusão

A fotografia de infravermelhos apresenta uma nova forma de ver o mundo, a luz que não se vê. Os resultados finais têm sempre algum grau de imprevisibilidade, isso pode tanto algo tido como frustrante ou estimulante conforme cada um encarar a coisa. Acima de tudo, apesar de algo trabalhosa, é um tipo de fotografia divertido e original.

Mais informação:
http://www.luminous-landscape.com/reviews/cameras/infrared%20dslr.shtml
http://en.wikipedia.org/wiki/Infrared
http://www.cyanogen.com/help/maximdl/Infrared_Sensitivity.htm
http://www.jr-worldwi.de/photo/index.html?ir_comparisons.html
http://www.kenrockwell.com/tech/ir.htm


           






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